quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Sobre Finais Felizes

“Uma vida sem desafios não vale a pena ser vivida.”
Sócrates


- Eu sempre leio o final dos livros antes de comprá-los, aí, se o final for bom, eu levo! – confessou-me enquanto retirava a mesa do jantar.
Era pra ser apenas mais uma conversa boba entre amigas.
Tomei o último gole de vinho, e enquanto retornava para a casa fiquei pensando em como é possível que algumas pessoas ajam desta forma, não somente com os livros, mas também em diversas atitudes na vida.
Acho que, pior que julgar o livro pela capa, é lê-lo apenas pelo final que ele pode te proporcionar, é não dar chance ao que pode acontecer no meio de tudo, é descartar a excitação dos acontecimentos, é abrir mão de capítulos fantásticos somente porque o desfecho lhe parece agradável. Será que compensa? E a historinha toda, não tem mais importância?
Não digo que devemos entrar de cabeça em qualquer situação que aparecer pela nossa frente e agir somente pela emoção de viver o inesperado, mas muitas vezes a graça toda, o supra-sumo, está justamente nos momentos em que estamos ocupados demais pensando no que ainda irá acontecer.
Já me decepcionei inúmeras vezes, já errei infinitas e muitos planos não deram certo (aliás, a grande maioria não deu) – sou uma frustrada? Longe disso!
Pra mim, o que torna a vida interessante são as descobertas, obstáculos e raízes que criamos na luta diária para alcançarmos nossos objetivos. Acredito que somos feitos daquilo que vivenciamos e - principalmente - das lições que tiramos de tudo que acontece com a gente ao longo da vida.
Claro, todos querem ter um final feliz, mas, se analisarmos bem, veremos que o final nunca é ‘o hoje’, o dia mais importante de todos, então pra que abrir mão dele? Pra que nos preocuparmos tanto? Pense nisso! Dê mais chances pra sua própria história ao invés de se conformar apenas com um – talvez – happy end.

2 comentários:

  1. Sincero texto confessional! E isto o faz belo, aquela beleza que só pode ser tirada da vida pra ser maior que a prórpia fonte.

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  2. É uma coisa que sempre digo: quando o fim é a felicidade, todos os meios se justificam.
    E o número de tentativas é infinito quando se tem isso em mente.

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